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sexta-feira, 7 de maio de 2010

O QUE É O ESPÍRITO?



A Doutrina Espírita é consequência imediata da existência do ser espiritual e de suas manifestações.
Mas o que é este ser espiritual?
Remetendo esta pergunta aos Espíritos Superiores, Allan Kardec obteve a seguinte resposta: “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material1. A resposta é concisa, destacando a inteligência como o aspecto principal do ser espiritual, complementando que esta inteligência é independente da matéria, pois existe tanto dentro quanto fora do mundo material, sendo dotada de imortalidade, já que não se extingue com a morte. O Espírito, assim, é um ser inteligente.
Desta forma, para entender o que é o Espírito é necessário entender o que é a inteligência. E é justamente aí que reside o problema, a inteligência difícil de ser explicada. Das definições mais simples às elucubrações engenhosas dos cientistas, a natureza profunda e os mecanismos complexos da inteligência segue sendo um enigma à resolver.
Recorramos, antes de mais nada, ao Dicionário Aurélio, onde encontramos a seguinte definição de inteligência: 1o – Faculdade de aprender, apreender ou compreender, percepção, apreensão, intelecto; 2o – Qualidade ou capacidade de compreender e adaptar-se facilmente, capacidade, penetração, agudeza, perspicácia. Observemos que as definições dadas são muito abrangentes e superficiais, mas já bastam para formarmos uma idéia, mesmo que pálida, a respeito da inteligência. Pode-se,então, afirmar que a inteligência é a faculdade de perceber, aprender, apreender, compreender e adaptar-se.
Ao longo do século XX fixou-se uma ideia muito acanhada sobre a inteligência, enfatizando apenas os seus aspectos cognitivos. Valorizava-se apenas a capacidade mnemônica do indivíduo, bem como a capacidade que tinha de resolver exercícios de lógica e cálculos. Foram criados diferentes tipos de instrumentos para medir a inteligência humana: vulgarizavam-se os famosos testes de QI (quoeficiente de inteligência). Era uma forma limitada de entender a inteligência, uma vez que não abarcava toda a sua complexidade, dando ênfase a um aspecto que está longe de corresponder à totalidade das funções, capacidades e habilidades do ser humano.
Na atualidade, todavia, multiplicam-se os estudos sobre a ineligência e muitas teorias interessantes já forma aventadas na tentativa de se buscar um entendimento maior da mesma. Cumpre destacar a teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gaardner, que defende a existência no homem de vários tipos de inteligência, não só a lógico-matemática. Esta teoria em particular e muitas outras na mesma linha, aproximam-se do entendimento de inteligência que os Espíritos Superiores tinham quando responderam à Kardec que o Espírito é um ser inteligente.
Allan Kardec pergunta ainda se o Espírito tem forma determinada, limitada e constane, ao que os Espíritos Superiores respondem: “Para vós, não; para nós, sim. O Espírito é, se quiserdes, uma chama, um clarão, ou uma centelha etérea2. Esta resposta encerra uma tremenda profundidade, porque esclarece que nós não temos, talvez nem por abstração, como compreender o que é o Espírito, este ser inteligente. Para nossa capacidade de percepção e entendimento, o Espírito não possui forma específica, podendo, apenas metaforicamente, ser tomada como uma chama ou clarão.
O Espírito, propriamente dito, é, pois, um foco de inteligência individualizado, sendo extremamente complexo em sua natureza, estrutura, forma e organização. É, em relação a matéria, preexistente, sobrevivente e reencarnante, encerrando em si potencialidades inimagináveis que, por hora, não temos como abordar.
Cabe à Ciência do futuro, a missão sublime de solucionar-lhe os intrincados enigmas, passando a estudá-lo meticulosamente ao invés de esconder-se, como faz agora, na simples e inaceitável negativa.
Esperemos ansiosos por este dia.

1KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Rio de Janeiro, RJ: FEB. Questão 76, p.80.
2IDEM, Questão 88, p.83.

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