Pensamento...

"Eu sou o Colombo da minha alma e diariamente descubro nela novas regiões." | Gibran Khalil Gibran.

Buscadores espirituais...


 

sexta-feira, 30 de julho de 2010

AGORA, NESTE MOMENTO!



Senhor!
Se puderes me escutar
Agora, neste momento,
Gostaria de desabafar...

Sem querer incomodar,
Expondo meu lamento,
Venho apenas Lhe rogar:

Esquecido de orar e vigiar,
Agora, neste momento,
Acabei por me desequilibrar,

No impulso, sem raciocinar,
Fui causa de desentendimento
No seio do meu lar.

Não conseguindo evitar,
Agora, neste momento,
Lágrimas estão à rolar,

Dos olhos à despencar,
Cascata sem barramento,
Torrente de dor e pesar...

Ah, se eu pudesse regressar,
Agora, neste momento,
Voltar no tempo e consertar

O erro que me faz lastimar,
Gerando tristeza e desalento,
E que não sei como reparar...

Vem Senhor, vem me ajudar,
Agora, neste momento,
A conseguir solucionar

Os problemas a que dei lugar,
Provocando tanto aturdimento,
Quando era meu dever amar!

Oh, Senhor! Abençoa o meu lar,
Agora, neste momento,
Fazendo a paz voltar,

Que meus afetos possam me perdoar,
Sem mágoa ou ressentimento,
Aos quais prometo assistir e cuidar...

quarta-feira, 28 de julho de 2010

NOS RUMOS DA EVOLUÇÃO

Excerto do capítulo três do livro A Espiritualidade em Quadras:



“Do tempo das cavernas até a atualidade, o homem passou por transformações sucessivas e por demais significativas, que alteraram o seu modo de ser, de viver, de se comportar, de se relacionar... A esse processo dá-se o nome de evolução.
Considerando as transformações pelas quais o homem já passou, pode-se depreender que outras ainda ocorrerão, talvez até mais profundas e importantes.
A evolução é entendida pelo Espiritismo como sendo a sucessão de estados pelos quais o ser espiritual passa, iniciando no estado de simplicidade e ignorância e avançando até o estado de perfeição relativa que lhe seja possível. A evolução, assim, possui um sentido bem determinado, que é o do crescimento, o do desenvolvimento contínuo.
[…]
Todo o processo evolutivo ocorre através da reencarnação. O ser espiritual encarna no mundo material, vive nele durante um período mais ou menos longo e adquire experiências, depois desencarna, regressando ao mundo espiritual, onde avalia o aproveitamento da encarnação, aprofunda estudos e observações sobre si mesmo, planeja um novo retorno para o mundo material, reencarna e assim sucessivamente (…).”

segunda-feira, 26 de julho de 2010

SANTÍSSIMA FELICIDADE



Marcada pela diversidade,
Sentida de modos diferentes
Em seus caracteres abrangentes,
Utopia ou realidade?

Lindo sonho da humanidade,
Busca e anseio persistentes
Em bases firmes e consistentes
Caminho para sublimidade.

Procurada em todos os quadrantes
É aventura inquietante
Rumando para a Divindade.

Muito difícil de ser definida
Sendo o grande desejo da vida:
Oh, Santíssima Felicidade!


sábado, 24 de julho de 2010

A SUBLIMIDADE DO AMOR



Excerto do capítulo dois do livro "A Espiritualdiade em Quadras":


“No contexto das relações diárias, nem sempre se tem uma noção clara e precisa sobre o que é o amor. Na maioria das vezes acha-se confundido com o desejo, a atração física, a paixão, a posse... Recorrendo ao dicionário, eis a primeira acepção que lhe é dada: “Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa”. Assim, amar é desejar o bem.
Quantos são os que dizem amar?! Destes, quantos são os que amam no sentido apresentado acima?! Quantos amam esperando que a pessoa amada deseje o seu bem e o faça em relação a si, mas sem corresponder da mesma maneira?! Quantos amam sem verdadeiramente amar?!
Reinando entre os demais sentimentos, o amor é o que de mais sublime um ser pode sentir por outro. Aquele que ama, sempre entende, perdoa, ajuda, consola, eleva... Por ser o oposto do egoísmo, faz romper a concha do eu, do exclusivismo, do narcisismo, colocando o objeto do amor em primeiro lugar.
O amor como esquecimento de si mesmo e doação incondicional ao outro constitui raridade. Os indivíduos e a sociedade estão carentes deste tipo de amor, daí tanta maldade, tanta loucura, tanta incompreensão...
Jesus resumiu toda a sua vida e toda a sua mensagem no amor. Ao propor a máxima: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, ofereceu a mais importante diretriz para o comportamento humano. No amor a Deus e no amor ao próximo, está implícito o amor a si mesmo, de modo que a forma como o ser se ama reflete na forma como expressa o seu amor. O amor que se traduz em possessividade sobre o outro, por exemplo, pode indicar insegurança interior decorrente da falta de amor por si mesmo.
Quem não consegue amar a si mesmo, também não conseguirá amar o próximo, muito menos a Deus (...)”.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SENHOR, MOSTRA-ME O RUMO!




Varando nas estradas do mundo,
Seguindo sem um destino certo,
Encontro-me como num deserto
Ou, então, num abismo profundo.

Oh, Senhor! De coração fecundo,
Corrige o meu rumo incerto,
Guia-me no caminho correto,
Livra-me de andar errabundo!

Promove o meu auto-encontro,
Tirando-me deste triste antro
Em que me acho perdido, ao léu.

Oh, Senhor! Estrela resplendente,
Que eu siga decididamente
A rota que me levará ao Céu!

terça-feira, 20 de julho de 2010

A LIÇÃO DE LICURGO

Segundo os autores clássicos, como Heródoto, Xenofonte e Plutarco, Licurgo teria vivido num período difícil de ser precisado, situado entre os séculos XII e VII a.C. e seria o responsável pela organização social, política e militar dos espartanos.
Licurgo, portanto, seria um homem muito sábio...
Conta-se que ele estava presente na apella, instituição que implementara, constituindo uma espécie de assembleia, quando uma das pessoas que estavam presentes lhe interpelou e pediu que lhes falasse sobre a educação. Licurgo teria pensado um pouco, antes de consentir, pedindo o tempo de um ano para preparar-se. Quem fez o pedido e os demais que ali estavam ficaram surpreendidos com a sua atitude, pois esperavam um comentário breve e esclarecedor sobre a questão formulada. A mente comum dificilmente alcança os vôos da mente sábia.
Passado o tempo requerido, Licurgo apresentou-se no mesmo lugar, voltando a se reunir com os membros da comunidade espartana. Sem falar nada, mostrou duas gaiolas. Numa delas haviam duas lebres e, na outra, dois cachorros. Pediu a atenção de todos, anunciando que faria uma importante demonstração. Soltou uma das lebres e, em seguida, um dos cães. O resultado foi o esperado: o cachorro perseguiu a lebre até pegá-la e estraçalhá-la, num espetáculo agradável aos presentes. Logo depois, soltou a outra lebre e o outro cão. Para a surpresa geral, ao invés da lebre fugir e do cão persegui-la, ambos passaram a brincar, relacionando-se pacificamente.
Licurgo geralmente era lacônico, preferindo falar com exemplos. Todos os que presenciaram a sua demonstração entenderam o que ele queria dizer, mesmo sem ter sido necessário nenhum discurso.
A educação, de fato, faz toda a diferença para o comportamento humano.

domingo, 18 de julho de 2010

PAZ ENTRE OS HOMENS



Afirmam os anjos nas Alturas:
“Que entre os homens haja paz!”
Não a de gabinete, suspicaz,
Que gera desordens e loucuras,

Mas sim, a do coração, alvuras,
Que é verdadeira e eficaz,
Porque verte da alma, pertinaz,
Elevando-os de suas baixuras.

Por isso, homem, não te enganes,
De uma paz vã, não te ufanes,
Civilização em barbárie.

A paz é sonho mais que possível,
Um dia ainda será tangível,
Quando cada um for sua efígie.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

ALLAN KARDEC E O ESPIRITISMO




O texto abaixo constitui a íntegra do primeiro capítulo do livro A Espiritualidade em Quadras, de minha autoria, que reúne algumas reflexões e pequenas poesias:

Muitos não sabem, mas o nome Allan Kardec é na verdade um pseudônimo, adotado pelo intelectual e educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, com o objetivo de distinguir as suas produções literárias de caráter pedagógico das espíritas.
Nasceu na cidade de Lion, na França, em 3 de outubro de 1804, no mesmo ano em que Napoleão Bonaparte coroava-se imperador, sendo filho de Jeanne Louise Duhamel e Jean-Baptiste Antoine Rivail.
Recebendo esmerada educação no ambiente doméstico, com dez anos de idade foi enviado para a Yverdon, na Suíça, onde estudou na célebre escola fundada e dirigida por Johan Heinrich Pestalozzi. Ali, adquiriu e consolidou a sua ilustração, ampliando os seus conhecimentos e aprendendo outros idiomas.
Tornou-se professor e regressou à França, estabelecendo-se em Paris. Desenvolveu uma brilhante carreira no magistério e escreveu inúmeros livros embasados na metodologia pestalozziana.
Casou com Amélie-Gabrielle Boudet, escritora e professora como ele, com a qual passou a dividir os seus sonhos e expectativas.
Dedicou toda a sua vida para a educação, dominando grande parte do conhecimento do seu tempo. Traduziu algumas obras do francês para o alemão e ensinava, além da gramática francesa, matemática, física, química, astronomia, anatomia e fisiologia.
Foi no ano de 1854 que, através de um amigo, ouviu falar pela primeira vez nos fenômenos espíritas. Guardando uma posição de dúvida, num primeiro momento, pôde confirmar a autenticidade dos mesmos quando observou pessoalmente a sua ocorrência na casa da Sra. Plainemaison, onde se realizavam sessões das quais ele se tornou assíduo frequentador.
Desde então, H. L. D. Rivail passou a estudar com interesse e afinco os fenômenos espíritas, aplicando-lhes o método científico. Foi na casa da Sra. Plainemaison que conheceu o Sr. Baudin, que lhe fez o convite para assistir as sessões que realizava em sua própria residência, onde as médiuns eram suas duas filhas adolescentes, uma com 12 anos e outra com 16 anos de idade.
Junto ao Sr. Baudin e sua família, H. L. D. Rivail travou um contato mais estreito com o mundo espiritual, dando um cunho de maior seriedade às sessões ali realizadas. As duas meninas colocavam as mãos, ao mesmo tempo, sobre uma prancheta que tinha um lápis afixado em uma de suas extremidades. Sob a influência dos seres espirituais, a prancheta se movia, traçando sobre o papel uma escrita clara e legível, que variava de acordo com o Espírito que se comunicava.
H. L. D. Rivail interrogava os Espíritos e, através das meninas e da prancheta, obtinha respostas cujo conteúdo, muitas vezes, apresentava informações e conhecimentos que não eram sabidos por nenhum dos presentes. Numa dessas sessões, recebeu a revelação de uma de suas vidas anteriores, na qual teria sido um sacerdote druida chamado Allan Kardec, que viveu no primeiro século antes de Cristo, na região da Gália, na mesma época em que esta fora invadida por Júlio César.
Do diálogo que manteve com os Espíritos na casa do Sr. Baudin, nasceu O Livro dos Espíritos, publicado em 18 de abril de 1857, que H. L. D. Rivail assinou como Allan Kardec, para diferenciá-lo, como já afirmado acima, das suas publicações anteriores. Com este livro surgia o Espiritismo ou Doutrina Espírita, que pode ser definido como “(...) uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.” (1)
Codificado por Allan Kardec a partir das comunica-ções dos Espíritos, o Espiritismo tem como aspectos fundamentais: Deus, a existência, preexistência e sobrevivência da alma, a comunicação com os impropriamente chamados de mortos, a reencarnação, a pluralidade dos mundos habitados e os ensinos morais de Jesus.
Esclarecendo o problema do ser, do destino e da dor, o Espiritismo nos oferece um conjunto de diretrizes que servem de guia para as nossas vivências, favorecendo a compreensão de tudo o que nos ocorre e nos estimulando ao melhoramento contínuo.
Ninguém deve cometer o erro de julgar o Espiritismo sem antes conhecê-lo e como se trata de uma doutrina de simples compreensão, ao mesmo tempo que de acentuada complexidade, esse conhecimento exige um certo tempo para ser adquirido. Para tanto, o ideal é fazer a leitura das obras O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e a Gênese, todas de Allan Kardec. Somente lendo e estudando estas obras é que se compreende de fato o que é o Espiritismo bem como qual é a sua revolucionária proposta para a transformação do homem e da Humanidade.
______________________________
(1) KARDEC, Allan. O que é o Espiritismo. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2006. p.55.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

PARA ONDE VAMOS?



Questionamento preocupante:
Depois da morte, pra onde vamos?
Merece destaque relevante,
É segredo que já desvelamos!

Após o túmulo aberrante,
Frente aos medos que carregamos,
A existência segue adiante
Por novas vias em que avançamos!

A morte é apenas transição,
Mudança para outra dimensão
Numa sublime continuidade.

Novo plano para as Consciências
Em que seguem as experiências
Rumando para a Divindade!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

POR QUE ESTAMOS AQUI?



Entre o berço e o túmulo
A existência passa corrida
Sobrando dores em acúmulo
Que não tem origem conhecida!

Lagarta em novo capítulo,
A consciência adormecida,
Nem sonha com o espetáculo
Duma borboleta colorida!

Encarnação e desencarnação,
Imperativos da evolução,
Processo de desenvolvimento!

Não estamos na Terra para sofrer,
O nosso objetivo é aprender,
Vencendo qualquer impedimento!

sábado, 10 de julho de 2010

CHICO XAVIER E AS FORMIGAS


As grandes almas, ao passarem pela Terra, tornam-se fonte inesgotável de inspiração, iluminando a todos, pelo menos os que já conseguem perceber a luz de que são portadoras.
É o caso de Chico Xavier. As suas mais diminutas e apagadas vivências acabam por se tornar lições de grande sabedoria e de amor. Uma dessas vivências foi o episódio das formigas.
Tendo uma ligação profunda com a natureza, desde a sua primeira infância, Chico sempre manteve o contato direto com a terra, tendo sob os seus cuidados várias hortas, tanto em casa quanto no trabalho.
Quando ainda trabalhava num armazém, uma de suas atribuições era cuidar de uma plantação de alho, o que fazia no final do expediente. Das suas obrigações profissionais, essa era a predileta, porque permitia que ele se acalmasse, esquecesse dos dissabores sofridos ao longo do dia e fosse se harmonizando. Os Espíritos que iriam se manifestar através da sua mediunidade na sessão do Centro Espírita Luiz Gonzaga, a realizar-se logo mais, aproveitavam o ensejo para se aproximarem do médium, entabulando diálogos e afinando-se com ele.
Certo dia, ao chegar em casa após um dia exaustivo de trabalho, dirigiu-se diretamente para a horta que mantinha nos fundos da propriedade em que morava e teve uma surpresa não muito boa. Ela estava infestada de formigas. E agora, como resolver o problema!
A solução encontrada pelo médium não foi a aplicação de nenhum pesticida. Pasmem, ele decidiu conversar com as formigas e explicar para elas que não podiam permanecer ali, apontando-lhes um outro espaço onde elas poderiam se acomodar.
Chico conversou demoradamente com as formigas e, logo depois, aprontou-se para ir ao Centro Espírita.
Trabalhou longas horas no serviço mediúnico...
Noite alta, voltou para casa, a fim de aproveitar o tempo restante para repousar.
Na manhã seguinte, foi até a horta e, adivinhem, as formigas haviam se retirado do lugar em que estavam e de forma surpreendente se instalado no lugar que lhes tinha sido indicado na véspera.
Chico conversou com as formigas... Elas, pelo visto, o escutaram e o compreenderam!
***
Esse episódio faz lembrar de outro, muito parecido, que se deu com Francisco de Assis, numa cidade italiana chamada Gúbio. Assolada pela visita indesejada e constante de um lobo feroz, a cidade estava em pânico. O lobo já havia atacado várias pessoas, causando alguns óbitos.
Ao visitar a cidade, Francisco de Assis encontrou-a semi-deserta, pois a maioria dos moradores estava recolhida em suas casas, temendo um ataque do lobo. Caminhando despreocupadamente pelas ruas, o inevitável aconteceu. Francisco de Assis ficou frente a frente com o lobo, permaneceu calmo, imperturbável. Com sua fala mansa, conversou com o lobo, como que lhe transmitindo a mensagem de amor do Evangelho de Jesus. O lobo nunca mais foi o mesmo...
Naquele dia, Francisco de Assis foi visto passeando pelas ruas da cidade na companhia inacreditável do lobo que ele apascentara com a força do seu amor.
***
Francisco Cândido Xavier e Francisco de Assis, duas grandes almas... A vida de um e a de outro possuem inumeráveis paralelos. Ambos denotam uma espiritualidade da qual ainda estamos distantes, não sendo nem mesmo capazes de compreendê-la. Mediante os episódios destacados, não obstante a sua estranheza, legam-nos o ensinamento do respeito aos animais e, por extensão, da convivência harmoniosa com o meio ambiente.
As formigas escutaram e atenderam... O lobo ouviu e se acalmou...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

DE ONDE VIEMOS?



Ao longo de nossa trajetória,
Pergunta que todos nós fazemos
E da qual não há escapatória,
É saber de onde nós viemos!

Em nossa passagem transitória
Pelo corpo físico que temos
Uma resposta satisfatória
É somente o que nós queremos!

Saídos das mãos da Divindade
Revestidos de imortalidade
Somos Espíritos em evolução!

Viemos da Espiritualidade
Desenvolver nossa potencialidade
Para atingirmos a perfeição!

terça-feira, 6 de julho de 2010

CONSCIÊNCIA



Produto das Eras mais remotas,
Percorrendo infinitas rotas,
Aos poucos surge a Consciência.

Obra-prima da Divindade,
Carrega a perfectibilidade
No bojo da sua essência.

Passando por todos os Reinos da Natureza,
Em cada etapa, aumenta a sua grandeza,
Em ciclos de progressiva cadência.

Quando atinge à faixa hominal,
Prosseguindo em linha ascencional,
Dá-se conta da própria existência.

É o momento mais importante
Da sua trajetória incessante,
Consolidando sua independência.

Nesta fase admirável
Torna-se um ser responsável
Ganhando proeminência...

Emergindo da Espiritualidade
Mergulha na materialidade
Buscando auto-suficiência.

Conquistando novas habilidades,
Desenvolve todas as qualidades
Que estavam em estado de latência.

As múltiplas conquistas efetuadas
Ficam para sempre registradas
Nos arquivos da subconsciência.

Em vidas sucessivas, pela reencarnação,
A consciência continua a sua evolução
Em constante transcendência.

Botões que se abrem em flores,
A consciência ostenta os seus valores
No auge da sua maturescência.

Por fim, ao encontrar-se com a Divindade,
Dentro de si mesma, atinge a sublimidade
Na mais absoluta magnificência!

domingo, 4 de julho de 2010

UM ROTEIRO PARA A AUTODESCOBERTA


Joanna de Ângelis, através do médium Divaldo P. Franco, é um dos Espíritos que mais tem insistido na necessidade que cada um de nós têm de autodescobrir-se.
Em uma das suas obras mais interessantes, O Homem Integral, ela se expressa da seguinte maneira:
O grande desafio contemporâneo para o homem é o seu autodescobrimento.
Não apenas identificação das suas necessidades, mas principalmente, da sua realidade emocional, das suas aspirações legítimas e reações diante das ocorrências do cotidiano.
Mediante o aprofundamento das descobertas íntimas, altera-se a escala de valores e surgem novos significados para a sua luta, que contribuem para a tranquilidade e a autoconfiança1.”
Enaltecendo a importância e a urgência do nosso autodescobrimento, Joanna de Ângelis, a partir da perspectiva espírita, apresenta-nos uma sugestão de roteiro para empreendê-lo desde já, não adiando-o ainda mais do que já o temos adiado.

1° Passo – Identificar as nossas necessidades.

Nem sempre é fácil fazer a distinção entre o necessário e o supérfluo, daí a premência de identificarmos as nossas necessidades reais. Muitas vezes, o supérfluo tem recebido de nós o status de necessidade, galvanizando nossa atenção e interesse, acabando por causar, assim, uma série de transtornos infundados e que poderiam ser evitados se repensássemos as nossas prioridades.
A nossa condição de Espíritos momentaneamente ligados a um corpo físico é que determina as nossas verdadeiras necessidades. Devemos sempre lembrar que o Espírito é imortal, vive sempre, enquanto o corpo é mortal – nasce, vive e morre, num ciclo bem conhecido. O que acontece na atualidade é que temos enfocado predominantemente as necessidades do corpo e deixado de lado as necessidades do Espírito. É justamente isto que precisamos mudar.
De um lado, temos que identificar as necessidades do corpo e, de outro lado, temos que identificar as necessidades do Espírito, procurado atendê-las na medida das nossas possibilidades.
Encontrar o ponto de equilíbrio entre as nossas diferentes necessidades, tanto as do Espírito quanto as do corpo físico, é uma tarefa muito difícil, mas que se impõem em caráter de urgência.
Abraham Maslow, pai da Psicologia Humanista, ao estudar o quadro variado das necessidades humanas propôs uma hierarquização das mesmas, começando pelas necessidades de subsistência e avançando até as de auto-realização. Segundo ele, a satisfação das necessidades corporais é fundamental para que se possa atender as necessidades de ordem psicológica, nas quais inserimos as necessidades espirituais.

2° Passo – Identificar a nossa realidade emocional.

A nossa realidade íntima é essencialmente emocional, revelando o estado em que o nosso Espírito se encontra. Ela se manifesta na forma como sentimos ou vivenciamos as coisas do mundo de fora e as do mundo de dentro, experimentando alegria ou tristeza, calmaria ou raiva, prazer ou descontentamento, etc.
Conhecer esta realidade, portanto, é imprescindível para a nossa autodescoberta.
Não podemos mais ignorar o que se passa em nossa intimidade, cabendo-nos identificar as sensações e os sentimentos que caracterizam o nosso modo de ser e de se comportar.
Após a constatação e o estudo minucioso da nossa realidade emocional, poderemos atuar nela com firmeza e segurança, reforçando o que está bom e modificando o que precisa ser modificado.
Se, por acaso, identificarmos em nós a frequência repetida da irritação, da raiva, do ódio, etc., teremos descoberto os focos de desajustes responsáveis pela nossa desarmonia e infelicidade, dando início ao trabalho moroso da nossa auto-transformação.

3° Passo – Identificar as nossas aspirações legítimas.

Sabedores de que somos Espíritos, é importante sempre nos fazermos a seguinte pergunta: o que nos trouxe a este mundo? Por que estamos aqui? A resposta a esta pergunta fará luz sobre os objetivos da nossa atual encarnação e nos auxiliará no processo de avaliação das nossas aspirações, daquilo que mais desejamos.
Não é raro termos sonhos e desejos que nos acompanhem desde a infância, teimando em se manifestar em nosso ser. De onde ele vêem?! Na maioria das vezes, guardam relação estreita e profunda com as razões que nos trouxeram ao mundo. Não podemos, deste modo, em hipótese nenhuma, menosprezá-los, muito pelo contrário, devemo estar atentos às suas manifestações, pois são fontes preciosas para o nosso autodescobrimento.
Quantas pessoas se acham frustradas e tristes, vivendo simplesmente por viver, sem uma motivação que as emulem e animem! Caso atentassem mais às suas aspirações, aos seus sonhos aparentemente impossíveis, aos seus desejos mais recônditos, possivelmente suas vidas seriam diferentes, porque embaladas e dirigidas pelo fio condutor dos ideais nobres.
Devemos sempre estar atentos, pois podemos estar passando pelo mundo, infiéis à nossa programação espiritual, não realizando aquilo que tínhamos que realizar...
Alinhados às nossas aspirações legítimas, concretizando nossos sonhos e desejos, estaremos crescendo e evoluindo pessoalmente, contribuindo, assim, para o crescimento e a evolução deste mundo e de todos os seus habitantes.

4° Passo – Identificar as nossas reações diante das ocorrências do cotidiano.

O mundo que nos é exterior e os relacionamentos que mantemos, servem-nos de espelho para o ser espiritual, pois neles é que percebemos o impacto da nossa identidade e do nosso comportamento.
Por intermédio de um processo dialógico (nós, o mundo e os outros), formamos uma visão precisa sobre nós mesmos, a partir do momento que identificamos as nossas respostas aos estímulos advindos do mundo e as nossas reações ao comportamento dos nossos semelhantes.
Em nossas vivências diárias, portanto, as nossas reações aos outros, dão conta da nossa realidade interior, que acabam se tornando uma espécie de índice da nossa elevação espiritual.
Como estamos reagindo às agressões, aos ataques e às intrigas que invariavelmente recebemos?! Estamos reagindo da mesma forma, com novas agressões, ataques e intrigas, ou estamos agindo com superioridade, sabendo compreender, tolerar, perdoar e amar?!

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1FRANCO, Divaldo P. (Espírito Joanna de Ângelis). O Homem Integral. 4.ed. Salvador (BA): LEAL Editora, 1990. p.18-19.

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