D. Pedro II, nos últimos versos do soneto, revela que o seu coração de imperador simpatizava com os ideais republicanos. Talvez por isso, entre outros fatores, não tenha reagido ao golpe militar de 1889 que lhe destronou, pondo um ponto final na fase imperial de nossa história (1822-1889).
Seja o Brasil a terra da fartura,
Da justiça, da paz e da abastança
E que o pendão verde-ouro da esperança
Seja a luz do seu dia de ventura.
Terra que é minha luz mais suave e pura,
Sobre a qual o meu Espírito descansa,
Seja a sua grandeza - a da bonança,
Na evolução mais firme e mais segura.
Mesmo depois do exílio estranho e rude,
No pranto amargo da decrepitude,
Na amargura misérrima dos anos;
Senti prazer e orgulho, após a morte
Pois que fiz no Brasil, grandioso e forte,
O grande império dos republicanos.
Referência:
XAVIER, Francisco C. (Diversos Espíritos). Lira Imortal. 3.ed. São Paulo: LAKE, 1983. p.123.
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