A usura não é tão somente a dolorosa característica do onzenário
que encarcerou o próprio coração no cofre impassível.
Vemo-lo, por toda parte, arruinando o tempo e tumultuando o caminho.
Constitui, nos mínimos ângulos de nossa experiência, a sonegação
do serviço possível e desinteressado, em benefício do próximo –
a sementeira de amor – capaz de conduzir-nos à vitória da luz.
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Aqui, é o comodismo ocioso, escapando à pequenina conversação que
poderia amparar muitas vidas; ali é a fuga deliberada ao impositivo
de colaboração em favor do companheiro em provas árduas,
simplesmente porque se haja feito menos simpático aos nossos olhos.
Acolá, é a indiferença no socorro ao irmão infeliz que a
maledicência persegue e, mais além, é a ausência de tolerância
construtiva, estabelecendo desânimo e aridez no terreno em que a
fraternidade e a cooperação poderiam prosperar, espalhando
esperança e alegria.
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Não te esqueças de que toda a sovinice é sombra na alma, desde
aquela que se imanta aos patrimônios amoedados no mundo, até a
mesquinhez do espírito que nega o concurso do entendimento e da
bondade, da paz e da confiança, da saúde e do tempo...
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À frente da Lei, há tanta culpa nos mordomos da fortuna terrena que
desertam do compromisso de ajudar, quanto nos viajores da pobreza e
da carência que se instalam na rebelião e na indisciplina,
subtraindo-se à obrigação de compreender e servir.
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Busquemos a verdade que o Senhor nos legou, afeiçoando-nos a ela,
para que sejamos realmente livres através do abençoado cativeiro
aos nossos deveres justos, porque de todos os carrascos da avareza, o
mais implacável é aquele que nos furta a boa vontade, mantendo, em
nosso prejuízo, a avareza do coração.
Referência Bibliográfica:
XAVIER,
Francisco C. / Espírito Emmanuel. Inspiração.
São Bernardo do Campo, SP: GEEM (Grupo Espírita Emmanuel), 1978.
p.95-97.