Quando o sol brilha na imensidade cósmica, não traça exigência
para reger as próprias doações; derrama-se em luz e força para a
sustentação da Natureza.
***
Quando a chuva se precipita da atmosfera, não escolhe, para
beneficiar, os tratos de terra mais habilitados à produção;
consome-se quando pode, a fim de ajudar a gleba indistintamente.
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Quando a rosa desabotoa na paisagem, não quer saber quantos espinhos
se lhe cravam na haste; espalha perfume e beleza, atenta às
finalidades para as quais se vê nascida.
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Quando a semente é largada ao solo, não perde tempo a considerar se
é pequena em excesso ou se é indigna de trabalhar porque se
encontra na lama; entrega-se, confiantemente, aos processos da vida
que a transformam na planta endereçada à proteção e ao socorro do
homem.
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Aprende com os elementos que te cercam a desdobrar,
desinteressadamente, os recursos com que a Divina Providência te
brindou.
Não perguntes quem te merece bondade e nem alegues impedimentos para
fugir ao teu destino de serviço e de amor.
***
Em auxílio ao próximo, dá o que és e do que tens, sem condição
e sem medida.
O Universo é a Casa da Vida Eterna sempre mais bela e mais forte
pelo enriquecimento constante.
Observa que todo o ser, por mais ínfimo, surge no mundo,
desenvolve-se, cresce, desgasta a forma em que se exprime e, antes de
seguir à frente, em busca de mais progresso, deixa sempre a Criação
acrescida de algo mais. A criatura consciente, no entanto, pelo
conhecimento racional de que dispõe acerca do bem e do mal, é
intimada a cooperar, em todo tempo e em qualquer parte, na construção
do bem de todos.
***
Analisa, assim, o que fazes, porque, desejes ou não desejes, está
implantando algo de ti mesmo na Obra Divina.
A Obra Divina, porém, é o Amor que não comporta falhas.
Em razão disso, vale-te das possibilidades em mão para fazer todo o
bem que possas, de vez que, por todo erro que venhamos a perpetrar
contra as leis do Amor, voltaremos por determinação misericordiosa
de Deus, – o Amor Supremo – à circunstância, à posição e às
dimensões do erro cometido, a fim de aprendermos a corrigir,
reconstruir, refazer e reajustar.
Referência bibliográfica:
XAVIER, Francisco C. (Espíritos Diversos). Passos da Vida.
6.ed. Araras-SP: IDE, 1991. p. 19-21.
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