Ensinaste paciência, amparando inúmeros ouvintes, no entanto, se em
teus dias de provação tombaste na sombra da inconformidade e da
rebeldia, debalde te reportaste aos lauréis da serenidade e da
tolerância, em se tratando de ti.
***
Destacaste o valor das dificuldades, nas trilhas do mundo, induzindo
muita gente à aceitação dos próprios deveres, todavia, se, à
frente dos obstáculos que te obscureceram a senda, entraste em
amargura e desesperação, não te valeram as teorias esposadas, em
matéria de paz e compreensão.
***
Hipotecaste afeto ao seres queridos, propiciando-lhes alegrias e
bênçãos, mas se nos dias de separação e mudança, caíste em
desânimo e revolta, o amor autêntico ainda não te habita os
domínios do ser.
***
Exaltaste a fé, sustentando legiões de companheiros da Humanidade,
entretanto, se, em teu próprio tempo de aflição, te desnorteaste
nos cipoais da desorientação e da dúvida, o estado de confiança
na Divina Providência te haverá sido mero ensaio, a longa distância
da sublime realização.
***
Ensina e ajuda sempre, a benefício dos semelhantes, porquanto
instruir e reconfortar constituem preciosos investimentos na
Contabilidade do Universo, garantindo-te altos rendimentos na estrada
a percorrer.
***
Certifica-te, porém, que se as vicissitudes da Terra te furtam os
valores do espírito e ainda te vês sem calma nas tribulações; sem
entendimento na angústia; sem ternura pelos entes amados, quando
chega a hora de crise em tuas construções afetivas; e sem apoio
íntimo, nos momentos de aflição, isso é sinal de que ainda não
reténs contigo semelhantes talentos, de vez que, em verdade, só
possuímos os tesouros da alma que foram tremendamente sacudidos
pelos sofrimentos da vida e ficaram em nós no tempo do coração.
EMMANUEL
Referência bibliográfica:
XAVIER, Francisco C. (Espíritos Diversos). Passos da Vida.
6.ed. Araras-SP: IDE, 1991. p. 29-31.
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