Quem saiba ver nos caminhos
A luz, a beleza, a graça,
Não foge à contemplação
Do símbolo da vidraça.
Existe em tamanhos vários,
Mostrando serviço e arte,
Satisfazendo ao conforto
Quase sempre, em toda parte.
Prestativa, atenciosa,
O homem não lhe traduz
A função maravilhosa
De abrir novo campo à luz.
Espelho caricioso
De muita delicadeza,
Seu esforço no trabalho
Tem enorme sutileza.
É que em todos os lugares,
Frente ao mesmo sol de amor,
Dá caminho à claridade,
Mas, conforme a própria cor.
Se vermelha, o apartamento
Guarda-lhe em tudo o matiz,
Parecendo cada coisa
Engrinaldada a rubis.
Se verde, a casa parece
De verdura peregrina;
Se azulada, é a cor do céu
Que se dilata e domina.
Na expressão do colorido,
Tem seu símbolo de escol,
Pois se o vidro é multicor,
Todo o sol é o mesmo sol.
Quem não percebe aí dentro,
Sem grandes indagações,
O Divino Amor de Deus
E as várias religiões?!...
***
Deus é sempre o mesmo Pai
Que ilumina, cria e sente:
Mas o homem o recebe
De acordo com a própria mente.
Referência:
XAVIER, Francisco C. | Espírito Casimiro Cunha. Cartilha da Natureza. 3.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1979. 208p. p.173-174.
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