...E desperto, extasiado, entre a praia e a montanha...
Porque o mais claro o céu, porque mais verde o mar?
O mundo em derredor é um castelo a brilhar,
Entre ogivas de prata a lua se emaranha...
Cantam vagas na areia uma balada estranha,
Guardo, alerta e feliz, o dom de reencontrar
O berço, a meninice, a voz do antigo lar,
A poesia do amor que me inspira e acompanha!...
Insone, torno ao quarto, e vejo-me deposto,
Rígido o corpo inerte, a palidez no rosto...
Será isto, Senhor, o pesar de morrer?!...
Vida, que me trouxeste à morte malsofrida,
Morte, que restituis meu coração à vida,
Quero partir, mudar, renovar, esquecer!...
Referência:
XAVIER, Francisco C. Poetas Redivivos. 1.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1969. p.16-17.
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