De acordo com uma antiga lenda japonesa, havia num bosque ermo, distante muitos quilômetros do vilarejo mais próximo, um misterioso templo, o Templo dos Mil Espelhos.
Nenhuma pessoa ousava profaná-lo, pois dizia-se que quem o fizesse defrontar-se-ia com estranho perigo. Por isso, ninguém ia até lá.
Um dia, no entanto, dois cachorros foram abandonados no bosque e, completamente desorientados, acabaram encontrando o temido templo.
Sem saber que se tratava de um lugar muito perigoso, um dos cachorros resolveu entrar.
Por fora, a vegetação cobria e ocultava a grandiosidade do templo. Por dentro, porém, quando o cachorro atravessou a imensa porta que dava acesso ao interior, assustou-se. Latiu desesperadamente e abandonou o templo em desespero, recomendando ao outro cachorro que ali não entrasse, que fosse embora e salvasse sua vida. Partiu em disparada para lugar nenhum, maldizendo aquele lugar sinistro.
O outro cachorro, contudo, ficou intrigado e não aguentando mais de curiosidade, resolveu por entrar no templo e enfrentar corajosamente os seus perigos.
Entrou no templo calmo e seguro de si. Assim que atravessou a porta, surpreendeu-se com aquilo que viu.
Diante dele, havia uns mil cachorros, observando-o com um olhar de espanto. Para cada lado que olhava, centenas de cachorros o encaravam ameaçadoramente.
Amedrontado, ele ia começar a latir, mas conteve-se. Ao invés disso, experimentou dar um sorriso. Foi quando o inusitado aconteceu. Ao sorrir, todos os cachorros, ao mesmo tempo, passaram a sorrir também.
O cachorro sentiu-se aliviado e feliz, por ver todos aqueles cachorros sorrindo para ele de forma amistosa.
Foi embora do templo bendizendo-o: que lugar maravilhoso!
Mesmo depois disso, nunca nenhuma pessoa teve coragem de entrar no Templo dos Mil Espelhos, com medo dos perigos que poderiam ter que enfrentar em seu interior.
Nenhuma pessoa ousava profaná-lo, pois dizia-se que quem o fizesse defrontar-se-ia com estranho perigo. Por isso, ninguém ia até lá.
Um dia, no entanto, dois cachorros foram abandonados no bosque e, completamente desorientados, acabaram encontrando o temido templo.
Sem saber que se tratava de um lugar muito perigoso, um dos cachorros resolveu entrar.
Por fora, a vegetação cobria e ocultava a grandiosidade do templo. Por dentro, porém, quando o cachorro atravessou a imensa porta que dava acesso ao interior, assustou-se. Latiu desesperadamente e abandonou o templo em desespero, recomendando ao outro cachorro que ali não entrasse, que fosse embora e salvasse sua vida. Partiu em disparada para lugar nenhum, maldizendo aquele lugar sinistro.
O outro cachorro, contudo, ficou intrigado e não aguentando mais de curiosidade, resolveu por entrar no templo e enfrentar corajosamente os seus perigos.
Entrou no templo calmo e seguro de si. Assim que atravessou a porta, surpreendeu-se com aquilo que viu.
Diante dele, havia uns mil cachorros, observando-o com um olhar de espanto. Para cada lado que olhava, centenas de cachorros o encaravam ameaçadoramente.
Amedrontado, ele ia começar a latir, mas conteve-se. Ao invés disso, experimentou dar um sorriso. Foi quando o inusitado aconteceu. Ao sorrir, todos os cachorros, ao mesmo tempo, passaram a sorrir também.
O cachorro sentiu-se aliviado e feliz, por ver todos aqueles cachorros sorrindo para ele de forma amistosa.
Foi embora do templo bendizendo-o: que lugar maravilhoso!
Mesmo depois disso, nunca nenhuma pessoa teve coragem de entrar no Templo dos Mil Espelhos, com medo dos perigos que poderiam ter que enfrentar em seu interior.
***
Refletindo sobre essa lenda japonesa, podemos destacar dois pontos: o medo que temos de nos autoconhecer e o fato de que o nosso exterior muitas vezes não é mais do que o reflexo do nosso interior.
Quem tem a coragem de entrar no templo de si mesmo, sem temer o que lá poderá ser encontrado? Difícil responder. Todavia, chega um momento na vida, e este momento chega para todos, em que não é mais possível adiar a grande viagem: a viagem para dentro de si mesmo, para o templo interior.
Infelizmente, para muitas pessoas, esse momento só chega com a velhice, porque passaram toda a sua vida terrena sem cogitar sobre a sua realidade mais profunda. E é justamente nesse momento que se intensificam os medos: o medo de saber quem ou o que é de verdade, o medo de não ter vivido bem a existência, o medo com o que sucederá depois da morte...
Algumas pessoas, ainda raras, tem a coragem de entrar no Templo dos Mil Espelhos e enfrentar os seus possíveis perigos, descobrindo o que de fato existe ali dentro.
E quando isso ocorre, verifica-se uma singular transformação na pessoa corajosa, dá-se como um estalo, um repentino despertar.
É como se uma poderosa luz fosse acendida em uma sala escura, expulsando de vez a escuridão.
Tudo parece claro agora.
Tudo faz sentido.
A pessoa então descobre que os acontecimentos que a machucaram ou os que a fizeram felizes são, na maioria das vezes, apenas respostas ao que existe dentro de si e não sabe, como os cachorros que entram no templo e, enquanto um late, o outro sorri para si mesmo.
Viver no mundo a partir de uma perspectiva espiritual demanda conhecimento de si mesmo e atenção aos elementos de ligação entre o mundo de dentro e o mundo de fora.
Mas para tanto, é preciso ter coragem e superar o medo, porque o medo é o maior obstáculo para o autoconhecimento e para uma vida feliz.
Não resisti, "linkei" no "face". Carlinhos, suavemente, tu nos convida a entrar no templo de nós mesmos... oxalá nossa iniciativa seja de sorrisos...
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