Pensamento...

"Eu sou o Colombo da minha alma e diariamente descubro nela novas regiões." | Gibran Khalil Gibran.

Buscadores espirituais...


 

quarta-feira, 30 de junho de 2010

QUEM SOMOS?



Mistério por demais intrigante
Acompanha a Humanidade,
Preocupação sempre constante
Desde a mais alta Antiguidade.

Saber quem somos, questão relevante,
Que merece, pois, prioridade,
Deve ser compromisso incessante
De quem quer chegar à Verdade.

No Cosmos, quantos mundos transpomos
Tentando descobrir o quê somos,
Em busca da nossa identidade?!

Por ora, o que cabe em nossas mentes
É que Deus nos fez Seres Conscientes
Dotados de imortalidade!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CINTILAÇÃO DAS ESTRELAS - JOSÉ RAUL TEIXEIRA / ESPÍRITO CAMILO



Allan Kardec, o insigne codificador da Doutrina Espírita, adotava o exame da linguagem dos Espíritos como critério para avaliar a sua superioridade ou não. Semelhante critério continua válido, devendo ser adotado por nós na avaliação da literatura mediúnica.
O Espírito Camilo, através dos seus escritos, tem dado mostras suficientes de sua elevação. Mediante uma linguagem rica e profunda, tem nos brindado com excelentes reflexões doutrinárias. Em sua obra Cintilação das Estrelas, psicografada pelo médium José Raul Teixeira, cujo prefácio data do ano de 1992, apresenta um conjunto de 35 mensagens do mais alto teor espiritual. Embasada no Evangelho de Jesus e nos postulados espiritistas, esta obra tange assuntos diversos que vão desde o processo histórico das três Revelações até à realidade inquestionável do nosso mundo interior.
Cada mensagem exige esforço meditativo, a fim de que o seu conteúdo seja devidamente apreendido.
O Espírito Camilo, como outras entidades veneráveis, é a voz que clama no deserto, para nos servirmos de uma figura evangélica, pois num tempo em que tantos espíritos se manifestam, poucos têm demonstrado a mesma sabedoria e profundidade de pensamento.
Bem-aventurados somos nós, por termos à nossa disposição fartos recursos para nossa iluminação e espiritualização, ausentes em outras épocas...
Excertos:
I - “(...) cada um transformando a sua bagagem reencarnatória em ajuda para o progresso geral (…).” (p.10).
II - “Honramo-nos, por isso, ante o labor crescente da exuberante Doutrina Espírita que, como potente cintilação das estrelas, derrama-se por sobre os indivíduos, clareando-lhes a marcha evolutiva, há quase um século e meio, propiciando com tal esplendor alento e alegria para os corações sequiosos de harmonia, entendimento lúcido e maturidade para as mentes que buscam respostas para mil-e-uma situações da senda humana.” (p.10).
III - “(...) explicando que o passamento é tão somente alternação de campo de vibração, capaz de endereçar a criatura para a colheita do que haja semeado no seu roteiro terrestre.” (p.26).
IV - “Perante quaisquer dúvidas que se interponham entre os Estatutos efêmeros de Cezar e os Códigos Eternos do Cristo, não trepidemos em face da opção. Estaremos sempre com Cristo, embora respeitemos a Cezar.” (p.30).
V - “Busca o amor que o Cristo aponta; une-te à paz que o Evangelho te propicia; envolve-te nos bálsamos de alegria que te vacinarão contra tenebrosas investidas do mal, como reais depredadores das potencialidades grandiosas do Espírito.” (p.50).
VI - “Diante do companheiro atormentado, tolerância abundante, demonstrando o quanto de equilíbrio já nos enriquece, auxiliando-o como pudermos e o quanto nos permitam as forças do Espírito. Ninguém se detenha, contudo, se o irmão enfermo desdenhar a cooperação fraternal. Avançar adiante será a palavra de ordem, entregando-o às Sublimes Leis de Deus, que tudo corrigem e tudo conduzem, a seu tempo.” (p.54-55).
VII - “Sabedor que és de que o que contamina o homem é o que lhe 'sai' do imo, apresentado em seus atos, entendas que, do mesmo modo, é o substrato da sua intimidade que tem o poder de conferir-lhe alforria, libertando-o das celas tormentosas do passado de delitos, a fim de que se alteie feliz, refletindo a luz dos Céus que haja conseguido, com esforço, amealhar.” (p.70).
VIII - “Deus se manifesta no mundo através da sua perfeita legislação. Cabe ao indivíduo humano assenhorear-se dela e passar a viver em consonância com os seus preceitos, a fim de que reflita a sublime grandeza do Criador.” (p.82).
IX - “O decesso da máquina orgânica, que ora se desagrega, no fenômeno biológico normal, não determina o fim da vida. Caracteriza, isto sim, o pano que desce ao término de mais um ato, em pleno cenário da Vida, que se projeta sobre nós e nos plenifica, como doação de amor do Coração de Deus.” (p.91).
X - “Consoante nos informam os Mentores da Humanidade, Jesus é o Modelo e Guia para os indivíduos, sem qualquer especificação de crenças ou condição social, de castas ou situação econômica, de nível intelectual ou sintonia política, pois enquanto o Espírito do Cristo não for assimilado por todos, um a um, gerando transformações formidáveis no seio das almas, nenhum movimento que ora se processa no planeta experimentará plenitude e maiores conquistas, porque quando falamos em progresso espiritual não podemos descartar que, vivendo todas as experiências da Terra, o Espírito somente alcança o desiderato da sua evolução, quando se mostra conforme o seu Modelo e Guia, que é Jesus. Ele, então, para nós todos, representa o Excelso Governo da nossa Escola planetária.” (p.119).

sábado, 26 de junho de 2010

A HISTÓRIA DE AMRAPALI


Uma das histórias mais conhecidas na tradição budista é a de Amrapali.
Dotada de uma beleza invulgar, era uma famosa nagarvadhu.
Na época em que vivia, no VI século a.C., era prática comum na Índia que as mulheres mais bonitas, para não serem causa de invejas e de brigas contantes, não casassem apenas com um homem, mas se tornasse esposa da cidade.
Tal condição nada tinha de humilhante, pelo contrário, era sinônimo de prestígio, pois as nagarvadhu eram frequentemente visitadas por reis, príncipes, generais, ricos, poderosos...
Mesmo tendo uma vida regalada de facilidades e de prazeres, Amrapali seguia melancólica e infeliz. Objeto de cobiça e de desejo de tantos e tantos homens, sabia que jamais tinha sido amada de verdade e que, igualmente, jamais tinha amado alguém. Sentia dentro de si uma sensação de vazio que não conseguia descrever, mas que doía muito.
Num certo dia, quando Amrapali repousava na ampla varanda do seu palacete, na cidade de Vaishali, avistou ao longe um homem que fez de imediato o seu coração pulsar diferente. Sem nem mesmo conhecê-lo, ela apaixonou-se por ele. Levantou, apressada, e foi ao seu encontro.
Era um monge budista, que havia há poucos anos iniciado a sua jornada espiritual, mas que possuía uma presença e um comportamento elevados, sendo discípulo do próprio Buda.
Amrapali, com os olhos em chamas, revelando toda a sua volúpia e intenções, fez a seguinte proposta ao monge:
- Em breve começará a estação das chuvas e eu sei que os monges budistas permanecem no mesmo lugar durante ela. Eu lhe convido para ficar em minha casa!
O monge não se perturbou diante da beleza de Amrapali, e respondeu-lhe, imperturbável:
- Vou comunicar o seu convite ao meu mestre, se ele concordar, virei ficar com você.
Amrapali sorriu e passou a fantasiar os seus desejos.
O monge seguiu o seu caminho até o local em que Buda encontrava-se reunido com os demais seguidores.
Na presença de Buda, tocou-lhe os pés em sinal de respeito e de reverência, passando a contar-lhe o que havia acontecido e o pedido que Amrapali havia feito.
Buda, com acuidade e compreensão, olhou nos olhos do discípulo querido, como a vasculhar as profundezas do seu ser e consentiu que o monge fosse passar os quatro meses da estação chuvosa com Amrapali.
O consentimento de Buda causou furor nos mais de dez mil discípulos que estavam ali reunidos. Embora em silêncio, sem coragem para questionar a decisão do mestre, estavam indignados, pois não conseguiam admitir que um monge pudesse ir viver com uma prostituta.
O monge, do mesmo jeito que chegou, saiu, demandando a residência de Amrapali.
O tempo foi passando e todos os dias, os monges que permaneceram na companhia do mestre, não cansavam de fazer fofocas e mexericos, dizendo que ouviram isto e aquilo a cerca do monge que estava com Amrapali.
Buda, então, falou:
- Não sei por que tanto alvoroço e inquietação. Olhei no fundo dos olhos do meu discípulo e não vi desejo neles. Confio nele...
Mas o falatório e o diz-que-diz-que não pararam.
Com o fim da estação chuvosa, o monge retornou à presença do mestre, tocando-lhe os pés como sempre fazia. Logo empós, apareceu Amrapali, envergando as vestes budistas, tocou os pés de Buda e lhe declarou:
- Tentei de todas as formas seduzir o seu monge, pois o meu peito ardia de desejos por ele. Contudo, eu é que fui seduzida por ele e estou aqui para segui-lo.
Buda ficou satisfeito com o desfecho da história e todos os discípulos que tentaram fazer intrigas sentiram-se envergonhados.
Amrapali achou seu caminho seguindo os princípios budistas. Nunca mais foi a mesma. Abandonou a vida devassa que levava e as suas ilusões. Animada por ideais superiores, curou a dor do vazio que sentia dentro de si, encontrando a plenitude.
Amrapali atingiu a iluminação e a sua história vem sendo narrada ao longo dos séculos, como exemplo vivo do poder que cada um de nós tem para transformar a si mesmo e a vida que leva.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

SENHOR, ESCUTA O MEU DESEJO!




Através desta prece, Senhor,
Eu quero aproveitar o ensejo,
De, neste momento, lhe expor
Aquilo que sinto e desejo!

Escuta, pois, o meu clamor,
Que não passa de rumorejo,
A mendigar atenção e amor
Para os sonhos em que voejo.

Em meu mundo interior,
Nas dores em que mourejo,
Espero o teu apoio, Senhor,
Na conquista do que almejo!

terça-feira, 22 de junho de 2010

A ALEGRIA COMEÇA COM UM SORRISO



Esboça no rosto um sorriso,
Flor, espalhando o seu perfume,
Tira do coração o negrume
Da mágoa que chega sem aviso.

É bom estar de sobreaviso:
Infelicidade, azedume,
Tristeza, melancolia, queixume,
É inferno, não o paraíso.

Expulsa de ti o que te faz mal,
Deixa este aspecto lacrimal,
Dê uma chance ao regozijo!

Alegria, bendito remédio,
Vence a angústia e o tédio,
Iniciando por um sorriso!

domingo, 20 de junho de 2010

O AUTODESCOBRIMENTO E A CONQUISTA DE SI MESMO



No centro da maioria das propostas religiosas, tanto as do passado quanto as do presente, acha-se a questão do autodescobrimento, como caminho para a compreensão espiritual e, por conseguinte, para a realização íntima.
Jesus, por exemplo, recomendou o seguinte: “Buscai, primeiramente, o Reino de Deus para que todas as outras coisas vos sejam acrescentadas1. A afirmação não poderia ser mais clara, o que deve vir em primeiro lugar, no conjunto das nossas preocupações, é o Reino de Deus. Pode-se, no entanto, perguntar: o que é este reino e onde está ele? O Reino de Deus pode ser interpretado de diferentes maneiras e ele está referenciado através de inúmeras metáforas nos Evangelhos, como sendo a semente, o fermento, a vinha, etc. Quanto à sua localização, Jesus é bem explícito: “(...) o Reino de Deus está dentro de vós2.
Na perspectiva cristã, deste modo, a busca de si mesmo, isto é, o autodescobrimento, ganha destaque, merecendo prioridade daqueles que se afirmam cristãos. O Cristianismo, ao longo da sua História, contou com grande número de místicos, que souberam penetrar no sentido profundo dos ensinos de Jesus, tendo conseguido encontrar o Reino de Deus porque, afinal, encontraram a si próprios.
Apoiando-se na tradição cristã, o Espiritismo, igualmente, centraliza em suas propostas o autodescobrimento, entendendo-o como “(...) o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal3. Sob este ponto de vista, é através do autodescobrimento que vamos nos melhorando, corrigindo o que está errado em nosso íntimo e evitando as quedas sucessivas em nossos pontos de vulnerabilidade.
O Espírito Camilo, através do médium José Raul Teixeira, numa belíssima mensagem intitulada O Reino e nós, na qual analisa as citações evangélicas que apresentamos acima, afirma que “(...) somente lograremos a ventura que anelamos, o equilíbrio que ansiamos, a vida que esperamos, brilhante e gloriosa, quando tivermos conquistado nosso próprio âmago4.
Nos dias atuais, em que nos atiramos à tantas canseiras em razão das coisas de fora, é de bom alvitre atentarmos um pouco, pelo menos um pouquinho, para as coisas de dentro, do nosso mundo íntimo, que a maioria de nós insiste em ignorar...
Importa no questionarmos se tudo o que temos conquistado na vida, no campo material, tem nos plenificado, ou apenas gerado mais insaciedade? Às vezes, tem-se a impressão de que corremos muito e o tempo todo, mas atrás de coisa nenhuma! Quantos, iludidos com o sucesso financeiro, que vem e que passa, tão rápido como a brisa, abandonam seus valores e princípios, pisam e esmagam amigos e familiares, não medindo esforços para ganhar mais e mais...
O Cristianismo e o Espiritismo, bem como a maioria das religiões e filosofias espiritualistas, repetidamente evocam a nossa atenção para o nosso mundo interior, pois, em última análise, é o único que temos de verdade, não passando o mundo exterior de um pálido reflexo, que jamais o traduzirá fielmente, contemplando toda a sua complexidade e magnificência.
Assim, ao invés de nos apoquentarmos tão-somente com as conquistas de fora, deveríamos nos concentrar, antes de mais nada, na conquista de nós mesmos, mediante o autodescobrimento, que é o caminho obrigatório para uma vida mais harmônica e feliz.
_________________________________________________
1Lucas, 12:31.
2Lucas, 17:21.
3KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 3. ed. (bolso) Brasília, DF: FEB, 1997. Questão 919, p.423.
4TEIXEIRA, José Raul (Espírito Camilo). Cintilação das Estrelas. 1.ed. Niterói, RJ: Ed. Fráter, 1992. p. 64.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

MONTES ELEVADOS



Dentro da tua Consciência,
Futuro, presente e passado
Formam um todo interligado
Compondo-te a existência.

Por enquanto, tua inteligência,
Das eras remotas, resultado,
Com entendimento limitado
Busca a autosuficiência.

Como a movimentação do mar,
Siga em teu caminho, sem cessar,
Realizando as tuas potências!

Todos os mistérios desvelados,
Ao escalar montes elevados,
Em absolutas magnificências!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PARA SER FELIZ

Para ser feliz é necessário:
Correção e generosidade,
Cultivar bons pensamentos,
Estar aberto à Espiritualidade...

Para ser feliz é necessário:
Compaixão, amor e piedade,
Educar os sentimentos,
Procurar pela verdade...

Para ser feliz é necessário:
Muita luz, muita claridade,
Em todos os momentos
Crescer para a Divindade...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

VIVER NO MUNDO!


Há muita gente no mundo
Beirando um abismo fundo,
Mesmo sem o saber.

Esquecidos dos seus deveres,
Mergulharam nos prazeres,
Preferindo tudo esquecer.

Optando somente por ilusões,
Deixaram de lado as realizações
Que as fariam enobrecer.

Com os braços cruzados,
Ficam apenas parados,
Vendo a vida acontecer.

Entretanto, chega um dia
Em que surge a agonia
Ensinando o que é sofrer.

Então termina o frenesi,
A maioria acaba caindo em si,
Ainda que prestes à enlouquecer.

Uns parecem não ter mais jeito,
Recusam-se em tirar o proveito
Das lições que a vida vem trazer.

Outros, seguem desesperados,
Correndo para todos os lados
Buscando quem lhes possa socorrer.

Alguns, por usa vez, lembram de Jesus,
Recordam a sua morte injusta na cruz
E também do seu misterioso reviver.

Estes, enchem o coração de esperança,
Refugiando-se na fé e na confiança
De que quem caiu pode se reerguer.

Com a ajuda que vem de Cima,
Aos poucos, superam a desestima,
E, as suas vidas, começam a refazer.

Corrigem os erros do passado,
Apagando todo o mal praticado,
Ao eleger o bem por dever.

Jesus segue de perto os seus passos,
Amparando-os entre os seus braços,
No caminho que lhes cabe percorrer.

Evitando novas e repetidas quedas,
Avançam superando todas as refregas,
Convictos de que, agora, irão vencer!

sábado, 12 de junho de 2010

NOVIDADES NO ESPIRITISMO


Mais de cento e cinquenta anos já se passaram do surgimento do Espiritismo, cujo marco inicial é a data da primeira publicação de O Livro dos Espíritos, que se deu em 18 de abril de 1857, e algo que chama a atenção é a plena atualidade dos seus principais conceitos.
Estruturado numa época de efervescência científica, em que muitos conhecimentos que eram tidos por verdadeiros, com o correr do tempo, mostraram-se equivocados, precisando ser corrigidos, alterados ou até abandonados, o Espiritismo ultrapassou o seu sesquicentenário sem sofrer nenhuma alteração no quadro das suas propostas básicas.
Refletindo uma realidade mais profunda, que é a espiritual, o Espiritismo segue na vanguarda do pensamento humano, inclusive antecipando muitas conquistas que pertencem ao futuro.
As obras escritas por Allan Kardec, que encerram em seu bojo toda a Codificação Espírita, encerram sutilezas que passam ignoradas por aqueles que simplesmente correm os olhos por sobre algumas de suas páginas, sem demorar-se no estudo e na reflexão que exigem.
Quantos têm se levantado, sem ao menos terem lido e estudado toda a produção kardeciana, para afirmar a obsolescência do Espiritismo, declarando que o mesmo não condiz mais com os tempos em que vivemos, demandando ajustamento e atualização. Os que assim se pronunciam, mais não fazem do que evidenciar a própria ignorância em relação à profundidade e ao alcance dos postulados espíritas.
No tempo das novidades, em que as informações se multiplicam freneticamente, de tal forma que quase não conseguimos nos manter atualizados, pretende-se que o Espiritismo incorpore novos princípios, mas que não atendem aos pré-requisitos estabelecidos por Kardec para guiar a evolução doutrinária, como o da coletividade e concordância do ensinamento dos Espíritos.
É justamente em função desta ânsia pelo novo e pelo inusitado, presente em adeptos que, em primeira e última análise, não conhecem a doutrina que professam, que muitos centros espíritas espalhados pelo Brasil estão refertos de práticas estranhas e que não se coadunam com os fundamentos e as proposições do Espiritismo. Alguns centros espíritas nem deveriam ostentar este nome, o melhor seria que o substituíssem por outra designação, como espiritualista, que estaria mais em harmonia com as diretrizes que estão seguindo.
Falta-nos mais leitura, mais estudo, mais reflexão, mais análise das obras básicas do Espiritismo. Enquanto esta carência não for preenchida, continuará grassando nos meios espíritas a ignorância e a incompreensão, que são os dois fatores principais que impedem desdobramentos mais significativos no conjunto dos ensinos espiritistas.
Para aqueles que se abrigam à sombra acolhedora do Espiritismo, mas que não se satisfazem com os seus ensinos e lições profundas, reclamando mais e mais revelações, sempre ansiando por novidades, não sabendo aguardar o tempo certo de cada coisa, adverte Allan Kardec:
Com extrema sabedoria procedem os Espíritos superiores em suas revelações. Não atacam as grandes questões da Doutrina senão gradualmente, à medida que a inteligência se mostra apta a compreender verdade de ordem mais elevada e quando as circunstâncias se revelam propícias à emissão de uma idéia nova. Por isso é que logo de princípio não disseram tudo, e tudo ainda hoje não disseram, jamais cedendo à impaciência dos muito afoitos, que querem os frutos antes de estarem maduros. Fora, pois, supérfluo pretender adiantar-se ao tempo que a Providência assinou para cada coisa, porque, então, os Espíritos verdadeiramente sérios negariam o seu concurso. Os Espíritos levianos, pouco se preocupando com a verdade, a tudo respondem; daí vem que, sobre todas as questões prematuras, há sempre respostas contraditórias1.”

_________________________________
1KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 120.ed. - Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2002. p.35.


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quinta-feira, 10 de junho de 2010

PRECE À MÃE SANTÍSSIMA


Oh, Maria, Mãe Santíssima!
Vela pela pobre humanidade,
Amenizando as suas dores
Com ternura e amorosidade!

Ante os nossos erros e enganos,
Interpõem a tua doce piedade,
Enche nosso caminho de flores
De paz, esperança e bondade!

Apresenta-nos a rota certa,
Que nos conduzirá à Verdade,
Através de novos valores,
Direto para a Divindade!

terça-feira, 8 de junho de 2010

AUTOCONHECIMENTO



Aproveita a atual existência,
Penetrando no íntimo da Consciência,
A fim de te conheceres melhor.

Pois ali, guardada à sete chaves,
Estão as questões mais graves,
Que te competem resolver.

Só superarás os teus problemas
Quando passares a enfocar os temas
Que se sobressaem em teu ser.

Pois eles indicam com precisão
Alguns pontos em teu coração
Que insistes em não ver.

Faça um estudo detalhado
De tudo o que tem te atrapalhado
Perturbando o teu viver.

Descobrirás que são apenas os efeitos
Dos teus grandes e inumeráveis defeitos
Que em ti, teimam em permanecer.

Começa o serviço importante
Da tua melhoria incessante
Que é, na verdade, um dever.

Ao conheceres a ti mesmo,
Tu não seguirás mais à esmo,
Tendo como meta evoluir e crescer.

Assim, valoriza cada momento,
Realizando o autoconhecimento
Que há de te libertar e promover.

Avança, decidido e determinado,
Neste caminho abençoado,
Ao encontro sublime do Pai Maior!


domingo, 6 de junho de 2010

PROVAÇÃO



Nos momentos difíceis da vida,
Quando a dor é insuportável,
Quando tudo é abominável,
Quando até a fé é perdida,

A alma chorando, aturdida,
Tomba em tristeza censurável,
Em uma condição deplorável,
Cai em desânimo, deprimida.

É só então que lembra de Jesus,
O silencioso Herói da Cruz,
E faz uma sentida oração!

Pede amparo e resistência,
Para suportar com paciência
O pesado fardo da provação!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

OBJETIVO DA EXPOSIÇÃO DOUTRINÁRIA




Sigo o Espiritismo desde a minha adolescência, quando rompi, não sem muitos conflitos, com a minha religião de berço, que era o Catolicismo. Minha família, no início, foi um pouco resistente e não me acompanhou na escolha que fiz, conquanto a respeitem.
A última vez que estive em uma Igreja Católica foi há quatro anos, quando minha irmã estava fazendo a sua Primeira Comunhão. Foi uma cerimônia demorada, quase três horas, e, também, muito bonita. Orações, cânticos, muito senta e levanta... Foi feito, em dois momentos específicos da liturgia, a leitura de trechos dos Evangelhos, mas que não foram interpretados.
Ao final da cerimônia, fiz uma constatação muito triste: eu não havia aprendido nada de diferente e seguia sendo o mesmo. Nada do que assisti e experienciei foi significativo para mim, embora possa ter sido para as outras pessoas.
Esta vivência teve um impacto muito grande sobre mim, fazendo com que eu refletisse à respeito da minha participação no movimento espírita, sobretudo na área da exposição doutrinária.
Percebi que, antes de mais nada, uma exposição doutrinária deve ser um momento de estudo e reflexão, tanto para o expositor quanto para quem o assisti, o que nem sempre acontece.
Acredito que ao fazer ou ao assistir uma exposição doutrinária, precisamos sair da mesma transformados, pois do contrário apenas se perdeu tempo.

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