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quarta-feira, 31 de março de 2010

SER HUMILDE...



Um dos companheiros mais constantes que tenho, por dirimir muitas dúvidas que possuo, o Dicionário Aurélio, define humildade como sendo uma “(...) virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza”. Vale a pena confrontar o entendimento que temos do que é humildade e a definição proposta pelo famoso dicionário. Caso a noção de humildade que tenhamos seja outra, importa refletir mais à respeito.
Para a grande maioria, ser humilde é...
...baixar a cabeça para tudo e para todos;
...comportar-se como um coitadinho, demonstrando uma fragilidade que nem sempre é real;
...julgar-se inferior às demais pessoas;
...acreditar não ser merecedor do auxílio de Deus nem de ninguém, o que parece mais orgulho do que qualquer outra coisa;
...da mesma forma, considerar-se incapaz de servir e ajudar alguém, pretextando ser muito pequeno, pobre de espírito;
...encerrar-se sobre si mesmo, conforme faz a lesma, vivendo de rastos sobre o chão.
Mas será que a humildade se caracteriza por uma dessas descrições?
Cada qual decida por si!
O Dicionário Aurélio, no entanto, é bem claro, humildade é uma “virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza”. Este sentido, dado à palavra humildade, exclui todos os outros citados acima, por uma questão de incompatibilidade léxica.
Sentir, perceber, compreender a minha fraqueza, não implica em viver como se estivesse carregando o mundo e as suas dores sobre as costas.
Se a humildade nos dá consciência sobre a nossa fraqueza, os nossos pontos de vulnerabilidade, os nossos defeitos, em contrapartida, também o dá da nossa força, dos nossos potenciais, das nossas qualidades...
Se alguém me pedisse uma definição pessoal de humildade, ainda que em harmonia com a do Dicionário, eu diria que ser humilde é...
...ser apenas o que se é, nem mais nem menos!
O pequeno que se faz grande, não é humilde, porque está em desacordo com a sua realidade.
O grande que se faz pequeno, acreditando estar sendo humilde desta maneira, incorre no mesmo erro.
Toda vez que nos afastamos da nossa essência, de como somos de fato, estamos nos afastando na mesma proporção da humildade, aparentando ser algo que na verdade não somos.
Jesus, o melhor exemplo em tudo, não se agigantou perante os pequenos, diminuindo-os, nem muito menos se apequenou perante os gigantes, humilhando-se, por ser sempre o mesmo em todos as circunstâncias.
Jesus foi sempre o mesmo, é imperioso repetir...
...foi o mesmo na presença dos pescadores, como na presença dos sábios do Templo;
...foi o mesmo na companhia de Maria Madalena, como na companhia de Pôncio Pilatos;
...foi o mesmo na gloriosa entrada em Jerusalém, como na ignominiosa morte na cruz.
Mas nisso, como em tudo, estamos longe dos ensinos e exemplos de Jesus, preferindo a mentira ao invés da verdade, a ilusão ao invés da realidade, manifestando atitudes e comportamentos que não correspondem à nossa identidade, ao que somos.
Ser humilde é ser apenas o que se é, nem mais nem menos!

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