Aquele era um dia triste,
Dominado pela aflição...
Preso a um madeiro,
Jesus mirava a multidão!
Custava a entender,
Dentro do seu coração,
Como pudera ser vítima
De tamanha ingratidão!
Não eram aquelas as mesmas pessoas
Que o receberam com veneração,
Quando entrou em Jerusalém
Para cumprir a sua missão?!
Agora, ali estavam reunidas,
Assistindo com grande satisfação
Aos sofrimentos que lhe impunham,
Sem nenhuma dó ou comiseração!
Através de que sortilégio
O carinho e a admiração
Que todos por ele tinham
Mudaram em aversão?!
De que modo explicar
A estranha predileção
Do povo por Barrabás
Um assassino e ladrão?!
Não havia apenas ajudado,
Repartindo o próprio pão,
Indicando a fraternidade
Como norma e direção?!
Por que tanto ódio,
Raiva e indignação,
Se nutria por todos
Uma sincera afeição?!
Estando na companhia daquela gente,
Sentia uma estranha e triste solidão,
Que externou numa tímida lágrima,
Condoendo-se perante a incompreensão!
Mesmo assim, fitando o Céu,
Formulou uma sentida oração,
Implorando para a Humanidade
A dádiva da paz e do perdão...
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